Ibiza, 31 de julho de 1966.
Esta madrugada, por volta das três da manhã, completamente desperto. Impossível ficar mais tempo na cama. Fui passear pela margem da praia, acompanhado dos mais sombrios pensamentos. E se eu pulasse do alto da torre? Vim até aqui para esperar o sol, e eu não posso suportá-lo. Todo mundo está bronzeado, mas eu continuarei branco, pálido.
Ainda me entregava a toda sorte de reflexões amargas; contemplava os pinhos, as rochas, as ondas visitadas pela lua e de repente me dou conta de até que ponto eu estava ligado a este belo e maldito universo.
E.M. Cioran, Caderno de Talamanca, (Cahier de Talamanca)
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